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Mostrando postagens de setembro, 2014

Índice de Gini: Brasil em perspectiva

Ontem publiquei um pequeno texto no portal da Associação Nacional da Carreira de Desenvolvimento de Políticas Sociais (ANDEPS) sobre a desigualdade de renda e as eleições de 2014 . Basicamente, digo que: a) a queda na desigualdade de renda não é um fenômeno novo: começou nos anos 1970, foi interrompida com a hiperinflação e, depois, retomou sua trajetória de queda, em ritmo mais acelerado ; b) o Índice nacional (média nacional), esconde desigualdades regionais e estaduais e considerar estas desigualdades é fator relevante para a adequação (focalização) de políticas públicas a realidades distintas. Observando-nos isoladamente, esta queda na desigualdade de renda é algo bom. No entanto, se nos inserirmos no mundo, comparando-nos a alguns países, podemos perceber que essa situação de melhora, dá-se num contexto ruim, de grande desigualdade. De grande concentração de renda. Exatamente essa informação qualitativa que apresento por meio do gráfico abaixo, que produzi a partir dos d...

Ásia, Micronésia, polinesia e artes marciais

De um modo geral, quando usamos o termo "artes marciais", nossa mente liga-o ao Japão, Coréia ou à China. Mas se ampliarmos a escala geopolítica e incluirmos Malásia, Bornéu, Filipinas, micronésia, polinésia, entre outras regiões, há um sem número de artes marciais, cujos povos de cada ilha ou arquipélogo criaram, aprimoraram para se proteger. Invasões de europeus e norte-americanos, além dos combates entre si, fizeram surgir um grande número de artes e técnicas que, alguns, podem rotular como exóticos, mas, na verdade, conhecemos pouco no Ocidente. Eis duas demonstrações de artes marciais: a) Silat, oriunda de Bornéu/Malásia: https://www.youtube.com/watch?v=YGyETocZsP0 b) Arnis ou Kali ou Eskrima, oriunda do arquipélogo filipino: https://www.youtube.com/watch?v=hooYg8ZSFV8

Longa duração: escravidão, algodão e Ebola

Nessas pequeníssimas férias que, em parte, passei em minha terra natal com meus pais e meus filhos, tive contato com uma publicação muito interessante: Atlas of the world history, publicado pela Universidade de Londres em 2005 (segunda edição). Neste Atlas há um capítulo específico sobre escravidão dos anos 1500 aos 1800.  Neste capítulo há um cartograma (mapa) que mostra quais eram as cidades Africanas que eram os entrepostos das trocas de ouro e escravos entre os africanos que caçavam outros africanos para vendê-los como escravos. Ver abaixo. Não fiz uma análise aprofundada, mas a localização das cidades fez-me lembrar dos cartogramas que apresentei falando sobre a atual Bacia do Algodão e o Ebola . Mantendo o raciocínio das trocas e pensando nos termos da longa duração de Fernand Braudel, vê-se que há um modo de fazer as coisas que perdura há muito tempo na região. Possivelmente há algum tipo de processo social e econômico de longo prazo que liga os idos 1500-1800 à at...