Pular para o conteúdo principal

Apropriação da renda nacional

Estou escrevendo parte de minha tese, a parte que fala sobre as mudanças ocorridas no Brasil desde os anos 1950 aproximadamente.

Uma coisa interessante que acabei de visualizar, apesar de saber, é a dinâmica de apropriação da renda nacional (PIB na ótica da renda).

Sabe-se que o maior problema do Brasil não é inovação, não é competitividade, não é "aumentar o bolo"... No problema localiza-se na parte do "dividir".

Os grupos sociais que se apropriam da maior parte da renda produzida e que fica em território nacional (há aquela que volta ao bolso dos investidores estrangeiros)  são quantitativamente pequenos.

A concentração de renda é um processo histórica que remonta ao fato de que o Brasil, enquanto criação estatal, produziu certos grupos (inclusive familiares) que tem maior capacidade de se apropriar da riqueza, enquanto a maioria não, talvez por ser composta da mistura de pessoas que sequer tinham alma até certo tempo atrás.

Bom, estou num momento de coletar dados que enriqueçam meu raciocínio e argumentos lógicos. Neste momento de caçador e colecionador de informações, acabei por me deparar com alguns dados publicados pelo IPEA que, em forma gráfica, dá-nos uma noção de médio prazo de como é a concentração de renda no Brasil.



O gráfico apresenta qual é a proporção da renda apropriada por determinados grupos sociais: os 10% mais pobres, os 50% mais pobres, os 10% mais ricos e os que encontram-se no que denomina de "extrema pobreza".

Três coisas chamam-me atenção. Duas diretamente no gráfico e outra por dedução conceitual:

a) políticas redistributivas estão funcionando em relação aos extremos ;

b) a redução da parte do bolo apropriada pelos mais ricos tem data.

c) em que porção encontra-se o Estado, enquanto agente que se apropria da renda nacional ?

Essas são informações do tipo que abrem perspectivas.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Monopólio... Monopólio de vidas artificiais...

Eis três bons materiais para assistir com calma. Depois, pensar e, quiçá, agir. 1) O mundo segundo a Monsanto.   Noventa por cento da vida transgênica pertence à Monsanto, inclusive boa parte de nossa soja.... Soja ajuda a destruir o Cerrado e a Floresta Amazônica:  http://www.youtube.com/watch?v=gE_yIfkR88M 2)   A luta contra os agrotóxicos e transgênicos: impactos e perspectivas:   http://www.youtube.com/watch?v=gz9hfTagO7M 3) Resistência ao Transgênico, no Paraná :  http://www.mst.org.br/node/15676 4)  É possível pensar em mudança paradigmática na economia ?  :    http://www.youtube.com/watch?v=hGxG5DZjJfs

LIBERDADE ECONÔMICA E O BRASIL – UM DEBATE NECESSÁRIO

LIBERDADE ECONÔMICA E O BRASIL – UM DEBATE NECESSÁRIO Contexto                                  A segunda década do século XXI está terminando. Felizmente a crise crônica da Nova República está obrigando parte de nossa sociedade retomar questões da Reforma Protestante e do Iluminismo. De forma difusa, descentralizada, com intensidades e profundidades diversas, questões sobre o indivíduo, o coletivo, a liberdade, a violência estatal, limites para a ação estatal, a imoralidade do enriquecer (ser economicamente bem sucedido) entre tantas outras questões fundamentais sobre o mal estar na civilização estão voltando ao centro das formulações. Antes tarde do que nunca.                 Infelizmente para milhões de pessoas que estão na base e no meio da pirâmide sócio-econômica este momen...