Há alguns dias estou com algum processo virótico, que devo ter pego de meus filhotes e eles na escola. Bichinho duro na queda.
Como
bom menino, fiquei quieto, aguardando a reacao natural do meu corpo... a
sensacao de frio estabilizou, mas os tremores ficaram mais intensos.
Entao,
pensei cá com meus botoes: estou no prédio do coordenador federal do
braco estatal na saúde brasileira, o SUS. Então, como aqui é a meca dos
"especialistas", "mestres", "doutores", "planejadores".. e demais
qualificadores, deveria haver um médico disponível para atender os
servidores do MS.
Levantei-me de minha cadeira, no
terceiro andar do edificio sede. E dirigi-me lentamente até o terreo do
Anexo, onde encontra-se o Centro de Atendimento ao Servidor (CAS). Atravessei o tunel como um robo, para nao chamar a atencao sobre meus tremores.
Desco
as escadas, algumas me olham esquisito e vou andando à possivel solucao
de meu problema: acessar um técnico formado em medicina que monopoliza
uma serie de poderes, inclusive o de, talvez, dar-me um analgesico e
mandar-me descansar, pois teria uma "virose".
Chego no
atendimento do CAS. Atendente não há. Entro na sala onde há gente
disponivel e faco uma singela pergunta: há medico clinico disponivel
aqui e agora ? Reposta: não sei. Procure o CAP (acho que era CAP, sei
lá). Não vejo placas indicativas. Vou ao final do corredor, há uma ampla
sala, com uma profissional de jaleco branco sentada à mesa e pergunto:
vc é medica ? Ela: Não, não sou. Então repito a pergunta anterior.
Resposta: não sei. Acho que há um médico do trabalho, mas talvez ele não
possa atender.
Resultado: além de minha fúria
interior, volto eu tremendo para meu andar. Pergunto a uma grande amiga
se ela tem um antitermico. Engulo-o com um copao de agua. Vou para minha
sala esperar o efeito.
Sento-me. Os tremores pioram
com o relaxamento muscular. O tempo vai passando e penso: vou abrir logo
o portal de meu plano de saude para já saber onde algum colega pode me
levar, caso isso não passe. Passou. Tanto que estou escrevendo esta
longa cronica.
Neste experiencia empirica, lembrei-me de tres coisas:
a) Buchanan, Hayeck e Mises.. (serão eles fantasmas delirantes febris ?) ;
b)
do telejornal "bom dia df" de hoje, mostrando todos os mesmos problemas
de sempre.. e sempre os "clientes", a populacao, nos, pagando o pato ;
c) da cena de Madagascar número 1, onde a girafa está fazendo acupuntura e surta com a possibilidade de ir para o serviço público.
c) da cena de Madagascar número 1, onde a girafa está fazendo acupuntura e surta com a possibilidade de ir para o serviço público.
Estamos numa encruzilhada. Cada dia menos ampla. Um dia, alguéns ficarão muito, muito bravos.
Espero que governo novo, com idéias novas, venha acompanhado de práticas novas.
Comentários
Postar um comentário