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Guerrilha contemporânea

Umas poucas linhas que escrevi hoje no portal da associação de minha carreira.
Da série "reflexões profundas e rápidas"... quase que um aforismo, valendo-me de Paul Claval.


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Paul Claval, importante pesquisador geógrafo, certa vez escreveu as palavras abaixo, que cabem muitíssimo bem ao contexto brasileiro e não só hoje. Para reflexão.

“O sistema de democracia eleitoral funcionou relativamente bem, antes do desenvolvimento dos meios de comunicação modernos. Políticos de hoje vivem de olho nos resultados das pesquisas, o que significa que o processo de negociação e dissuasão tem sido reintroduzido nos períodos em que eles tinham que desaparecer. Em muitos países, os partidos derrotados usam os direitos democráticos para organizar uma guerrilha permanente na vida social e econômica, usando greves e reuniões públicas, ou acontecimentos, como um meio de contestar resultados democráticos de consultas eleitorais.

“Esta é a razão pela qual o estudo da vida política em toda sua dimensão, sua estratégia nacional, mais particularmente, é muito importante.”



Paul Claval, A natureza e o objetivo da geografia política, in É geografia. É Paul Claval, 2013. Editado pela Universidade Federal de Goiás.

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Talvez, daí, a tal “reforma política”, antes de ser uma alteração focada em quantidades de partidos e sobre se é o Estado quem financiará diretamente as campanhas (sabe-se hoje que parte do financiamento “privado”, na verdade, é público), devesse introduzir mecanismos que reduzissem o sistema de espólio pós-eleitoral e incorporar a população no campo da formulação das políticas (não apenas para legitimar a ação do Estado), tecnologia há para isso; além de institucionalizar os mecanismos de “Lobby”, trazendo à luz, o que se faz às sombras.

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Publicado originalmente em http://andeps.org/guerrilha-contemporanea/


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