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Mostrando postagens de julho, 2014

Fábrica de mosquito transgênico

Fábrica de mosquito transgênico. Essa ideia do mosquito transgênico para combater a dengue parece ser boa do ponto-de-vista imediato e pragmatico da redução dos indicadores pela via da guerra biológica. Talvez a mesma ideia pode ser replicada para as espécies que transmitem malária. Se isso for possível, viável e feito, talvez a última barreira natural que protege a floresta amazônica caia de vez. Obviamente que se podemos fazer um mosquito em fábrica, esta fábrica pode produzir formas de vida que podem distribuir determinadas bactérias e vírus para territórios específicos. Para quê robôs pequenos, se posso ter uma forma de vida ? Um drone ? Nâo ! Uma forma de vida artificial. Caminho perigoso este.

neoliberalismo e capital social

Interessante notar que, conforme apontado por Foucault , o neoliberalismo tinha que resolver um problema relacionado ao trabalho. Os fisiocratas e também Marx lidaram com o trabalho como uma abstração redutível ao tempo: no raciocínio econômico o trabalho é igual ao tempo gasto para se produzir um bem. Apesar de Marx atribuir um papel fundamental ao trabalho na produção do homem enquanto um animal social, político, racional, também ele reduz o trabalho à quantidade de tempo de trabalho mecânico/muscular para transformar A em B. A elaboração do conceito de "capital social" feita no campo do neoliberalismo é uma tentativa de superar a abstração  trabalho igual a tempo de trabalho para transformar A em B. Num mundo onde a concorrência entre indivíduos e organizações é o centro, é necessário que o indivíduo que trabalha possua atributos que os diferenciem uns dos outros, não apenas sua energia mecânica transformada em tempo. Então, conhecimentos, formas de relacionamento ...

O que é o neoliberalismo - Trinta anos sem Foucault - quarto elogio

De Janeiro a Abril de 1979 dedicou seu tradicional e concorrido curso no Collège de France ao tema do Biopoder, da Biopolítica. Neste curso há a melhor análise do neoliberalismo que já li até hoje. Antes de ter lido "O nascimento da biopolítica", tradução brasileira do curso editada pela Martins Fontes, minhas idéias eram a repetição do discurso da moda, que dizia que neoliberalismo é igual a estado mínimo, entre outras coisas. A análise de Foucault leva-nos a uma conclusão oposta: o neoliberalismo é uma intervenção estatal generalizada, intensa, muito mais ambiciosa do que simplesmente privatizar um monopólio estatal. As duas perguntas que ficam após a leitura dos argumentos e um olhar da realidade com suas lentes, em minha opinião, são:  a) onde não há neoliberalismo (ou ordoliberalismo) ?  b) será ele, o ordoliberalismo, uma monstruosidade  ? Abaixo, um extrato a aula ministrada por Foucault em 14/02/1979... Eu faria 11 aninhos em 25/02 daquele ano. =======...

João Ubaldo Ribeiro morreu... VIVA JOÃO UBALDO

João Ubaldo Ribeiro morreu ! Não teremos mais a percepção aguda da realidade quotidiana, permeada por política em todos os poros. A lista das perdas, ao menos até agora, não tem sido superada pela lista das boas novas. Há um livro de João Ubaldo que todos deveríamos ler: POLITICA: QUEM MANDA, POR QUE MANDA, COMO MANDA. Eis entrevista de João Ubaldo no programa Roda Viva: https://www.youtube.com/watch?v=lBPNEPRKrPg Viva João Ubaldo !

A porta da rua é a serventia da casa

Este velho ditado popular foi a principal lição da administração pública federal nesta semana (14 a 18 de julho de 2014). A constante exibição de poder, exigência de conformismo, entre outras coisas mais, está chegando ao limite de todos que são o objeto. Essa constatação faz-me lembrar, imediatamente, da época em que construções teóricas e políticas feitas pela ergologia, análise institucional ou pela psicopatologia do trabalho, segundo Dejours, criavam esperanças de mudança. No entanto, ao menos por aqui, vivemos cronologicamente no século XXI e operacionalmente em fins do século XIX. Como superar este paradoxo político e jurídico ? Enquanto isso não se resolve, o desgaste acelera-se, pessoas adoecem, outras resignam-se, outras seguem a lição da semana.

A copa do mundo e o "sofrimento" do povo brasileiro

Espero que a realização deste torneio futebolístico tenha contribuído positivamente para a superação da síndrome do "brasileiro sofredor", sofrimento este que só tem possibilidade de superação no campeonato mundial de futebol organizado pela CBF, que é realizado mediante um contrato com um país interessado em usar o evento como desculpa para fazer o que as regras impedem fazer em tempos "comuns". Não vivemos em Bruxelas ou em Luxemburgo, mas estamos, hoje, bem longe de sermos aquele povo sofredor descrito por um atleta profissional chorando mediante uma simples derrota dele mesmo e de seu grupo. Já passamos dessa fase. Esta página do livro, apesar das desigualdades, está virada. Se vemos Iraque, Palestina, República centro-africana, só para citar alguns. Espero que os turistas ao menos, tenham percebido que este "sofrimento" é mais uma visão de um determinado grupo (possivelmente o mesmo que se apropria da maior parte da renda nacional), do que um fato d...

Futebol et hiérarchies urbaines au Brésil

Em tempos de se pensar sobre o futebol brasileiro, eis um artigo muito interessante do pesquisador Hervé Thery, sobre futebol e as hierarquias urbanas brasileiras. Uma forma interessante de se analisar as desigualdades existentes em nosso país e, ao mesmo tempo, como isso se relaciona com a produção social de atletas: com certeza os atletas que produzimos hoje, são diferentes dos que produzimos nas décadas de 1940/50.  As técnicas de produção, em geral, mudaram e isso deve ter algum impacto nas diversas formas com que produzimos atletas e equipes desportivas, que hoje são empresas de alta performance. Geografia e geopolítica são muito interessantes. Bom, boa leitura ! Futebol et hiérarchies urbaines au Brésil : http://mappemonde.mgm.fr/num9/articles/art06103.html

O governo do Distrito Federal anuncia a superação da pobreza

O Plano Piloto configura-se como uma ilha de fantasias rodeada de realidade por todos os lados. Isso já é um jargão muito desgastado. No entanto, parece que é sempre válido. Vi que o governo do DF anunciou que por aqui a pobreza e a extrema pobreza foram superadas: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Mesmo-com-investimentos-na-Copa-DF-anuncia-superacao-da-pobreza-/4/31300   Anúncio esquisitíssimo esse. Imagino que não deva ter sido feito na Estrutural, Itapoã, Itapoanga, Sol Nascente, Setor O, entre outros. Quem não conhece estes lugares, pesquise. Esse paradoxo deveria propiciar um desconforto ético e conceitual: nestes marcos, o que, afinal, é pobreza ? Dadas nossas tradições, nossos "modos de fazer as coisas", há uma lei e um decreto que apresentam o que é um pobre para o Estado. Obviamente que esta não é a única definição possível, nem mais adequada, mas é a que permite operacionalizar políticas públicas que usam "pobreza", como parâmetro....

Sífilis congênita e efetividade da atenção primária

Uma das matérias que fiz neste semestre possibilitou-me dar mais consistência a um raciocínio referente à relação entre a confirmação de sífilis congênita, saúde da "mulher" (ou da parceria sexual existente ?) e da criança e efetividade da atenção primária aqui em nosso território nacional. Produzi um texto durante o curso de "Análise de informações geográficas I", que fiz tendo como professores Helen Gurgel e Walter Ramalho , velho companheiro de Ministério da Saúde e, hoje, professor na UnB. Não é um material longo, mas sintético. Poderia ter ilustrado mais intensamente, no entanto, nada teria mudado em relação ao raciocínio central. INCIDÊNCIA DE SÍFILIS CONGÊNITA E SUA RELAÇÃO COM O ACOMPANHAMENTO À GESTANTE COMO INDICADOR DE EFETIVIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA : https://drive.google.com/file/d/0B5IShF2qQMmHZFZPY3o4OFpTU0E/edit?usp=sharing Há um aspecto que não abordei no texto mas que é relevante: a iniciativa de diagnóstico e das ações curat...

Estética e técnica de combate

Os que gostamos de filme de ação nos acostumamos com uma certa estética de técnicas de combate. Nos filmes de faroeste, temos revólveres mecânicos. Clint Eastwood é um bom exemplo. Nos filmes de guerra, canhões, metralhadoras. Muitos contra muitos. Os recontros - usando o termo de Clausewitz -, sendo definidos de forma geralmente rápida e de longa distância. Filmes de boxe, a moda de Silvester Stallone, homem contra homem. Bem e mal relativamente claros e a vontade, em geral, supera a técnica. Quando a indústria de cinema vai para o oriente, ou mostra a disciplina e a formalidade japoneses, ou para a liberdade quase que acrobática dos chineses. Uma exceção relativa cabe a Bruce Lee, que nos apresenta uma outra estética e técnica do uso do corpo como instrumento de combate. Ontem de manhãzinha, horário que é possível ver algo tranquilamente, vi o filme RAID 2 (ainda não vi o primeiro da série). É um filme feito na Indonésia. Indonésios, Filipinos, Malaios, possuem outra fo...

Into the mind

Into the mind. Dentro da mente, por dentro da mente, algo por aí. Esse é o título de um filme com linda fotografia de lugares altos e gelados que há pelo planeta, na Bolívia, Suíça, Nepal, entre outros lugares. Poderia ser um filme de "aventura" ou de "esportes radicais", mas penso que vai um pouco além disso. Composto por treze capítulos. O primeiro apresenta a vida com um círculo. Roda do Dharma. O último, a unificação de diferentes mundos. O eterno retorno. Bom para ver numa tela grande, com som alto. Num lugar confortável e, é claro, quentinho. As sensações de desafio, pequenez e superação estão presentes a cada momento. Muito bom. Eis o trailer oficial: http://www.youtube.com/watch?v=8kzysya6WV0