Pular para o conteúdo principal

AIKIDO, algumas palavras sobre (parte 1 de 2)

Kokyu nage


Comecei a treinar Aikido, arte marcial japonesa moderna, em 2005. Ou terá sido em 2004 ?  Não sei bem. Nesse contexto, 9 ou 10 anos de treino não faz muita diferença.

Treinar Aikido fez parte de um processo mais amplo em relação a minha vida pessoal: ter filhos, parar de fumar, reduzir a ansiedade, externalizar minha agressividade, etc.

Minha primeira aula, experimental, foi na UnB, no Dojo da Faculdade de Educação Física. Sensei Nelson estava liderando o treino. Cheguei e já no aquecimento pensei em desistir, pois dos movimentos era andar ajoelhado: Shiko. Movimento que nenhum ocidental faz em seu quotidiano, salvo algum problema anatômico ou funcional.

Não desisti. Apesar de feito minha primeira aula na UnB (local onde ensina-se Aikido há 25 anos), por questões de compatibilidade de horário, resolvi ir treinar no Aizen Dojo, que à época era parte do mesmo grupo liderado por Shikanai Sensei. Ao longo do tempo, fui treinar na UnB, onde treino até hoje Aikido e Shinto Muso Ryu Jodo, arte japonesa tradicional.


http://www.albertoaikidorj.com.br/shikanai.html
Shikanai sensei


Aikido não é fácil. E isso por uma série de razões. Se você vê um filme de Steven Seagal, onde ele aplica Aikido (e um pouco de Arnis Kali), parece tão fácil, simples, natural. A realidade quotidiana do treinamento evidencia outra coisa.

Steven Seagal


A primeira coisa que me chamou a atenção no Dojo foi a questão da limpeza: limpeza do chão, das roupas, o respeito mútuo. A segunda coisa foi a fragilidade humana. Na primeira técnica que fiz (primeira forma de defesa contra agarramento de punho) foi como acender a luz num quarto escuro: nossa ! se for descuidado, posso quebrar o braço de meu parceiro (ou o contrário).

Asseio, respeito e cuidado com o outro. O outro que é tão gentil que confia sua integridade física a mim, para que eu treine. Essa sensação eu tenho guardada em mim até hoje.


http://www.youtube.com/watch?v=qh9gF6io94o
Agarramento de pulso, com uma mão, mesma base.


Gashuku de SMR Jodo, no Dojo En. Belo Horizonte, 2005





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

AIKIDO, algumas palavras sobre (parte 1 de 2... por enquanto)

Sensei. Não significa exatamente professor, mas aquele que viveu o que você está vivendo, passou pelo que você já passou, que nasceu antes.      Após esses anos de estudo, ouso a refletir um pouco sobre Aikido. Reflexões essas que compartilho com meus amigos de estudo, minha esposa e meus filhos. Compartilho-as com vocês agora, de uma forma não muito sistemática, quase que aforística.         São pensamentos inconclusos, ainda estou estudando, sentindo. Reflexão 1         Aikido é uma arte marcial. Isso significa duas coisas basicamente: é arte, em sendo arte, tem que ser sentido como belo. A estética dos movimentos importa; por outro lado, a estética não é um fim em sim mesmo, ela só tem sentido, se complementar a marcialidade, a anulação do movimento agressivo inicial. Shikanai Sensei sempre fala que no treino de Aikido, o movimento feito entre os parceiros tem que "encaixar"....

KARAMBIT - faca garra de tigre

Arnis Kali, Eskrima ou FMA possui uma concepção do ensino de técnicas de combate (auto-defesa) que se difere de parte significativa do que denominamos Artes Marciais. Parte-se da premissa de que um combate inicia-se armado, não desarmado. Numa distância relativamente longa. Pensando-se em termos de pré-pólvora, teríamos uma sequencia lógica de combate, que pode ser pensado em termos de infantaria: arco-e-flecha (ou besta); lança; espada; facas; mãos nuas, por fim. As técnicas de mãos nuas (agarramentos, torções, estrangulamentos e projeções) seria o último recurso entre oponentes que tentam resolver seus conflitos de forma violenta e armada. Não se iniciaria com chutes e socos, muito menos com agarramentos, mas, sim tentando acabar com o conflito de forma rápida e preservando-se ao máximo a própria integridade física. Num combate atual, teríamos a distância máxima sendo conseguida por meio dos mísseis, aviões, helicópteros, fuzis, metralhadoras, revólveres, só a partir daí, a...

Monopólio... Monopólio de vidas artificiais...

Eis três bons materiais para assistir com calma. Depois, pensar e, quiçá, agir. 1) O mundo segundo a Monsanto.   Noventa por cento da vida transgênica pertence à Monsanto, inclusive boa parte de nossa soja.... Soja ajuda a destruir o Cerrado e a Floresta Amazônica:  http://www.youtube.com/watch?v=gE_yIfkR88M 2)   A luta contra os agrotóxicos e transgênicos: impactos e perspectivas:   http://www.youtube.com/watch?v=gz9hfTagO7M 3) Resistência ao Transgênico, no Paraná :  http://www.mst.org.br/node/15676 4)  É possível pensar em mudança paradigmática na economia ?  :    http://www.youtube.com/watch?v=hGxG5DZjJfs